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Datadas em sua maioria do início do século, as capelas 
caiçaras nas praias também merecem ser visitadas como representantes do 
patrimônio cultural sebastianense. Elas estão protegidas por lei e algumas como 
a de Barra do Sahy, Maresias, Toque Toque Grande e Pequeno ainda guardam muito 
da singeleza de suas construções originais.  
Percorrer o centro histórico de São 
Sebastião é descobrir tesouros da arquitetura colonial a cada esquina. O 
município tem diversos quarteirões tombados pelo Condephaat em 1969. Ainda 
assim, muitas das construções foram derrubadas indevidamente. Um trabalho da 
Prefeitura de São Sebastião vem procurando preservar os exemplares 
remanescentes. Entre as construções mais significativas do centro estão a Igreja 
Matriz, a casa de Câmara e Cadeia e a Casa Esperança.  
 
A 
Matriz foi implantada no século XVII, mas foi derrubada e a construção atual 
data do início do século XIX. O prédio é construído em taipa, mantém 
características da influência jesuítica e sofreu recentemente um trabalho de 
recuperação e pesquisa de suas características originais.  
  
 A 
Casa de Câmara e Cadeia tem as características da arquitetura do século XVIII, 
similar a outras como as de Minas Gerais. Ali funcionou o pelourinho, que 
existia até há algumas décadas. 
 
A 
Casa Esperança é a construção histórica mais nobre do município. É construída de 
pedra e cal, com argamassa feita da moagem de conchas, areia e óleo de baleia. 
As peças em pedra que ornam as esquadrias e as pinturas no teto demonstram uma 
riqueza que não era comum nas construções da época em São Sebastião, que nunca 
foi um município rico como Paraty, por exemplo. 
 
 
Ao 
lado da Casa Esperança está a sede da Secretaria de Cultura e Turismo, do início 
do século e que abrigou o primeiro grupo Escolar do Município, o Henrique 
Botelho. Ainda na rua da Praia podemos ver o prédio do antigo Hotel Praia, hoje 
muito abandonado pelos proprietários, mas que também foi construído como sinal 
de fartura. Ainda no Centro, na rua Sebastião Silvestre Neves, está a capela de 
São Gonçalo, a primeira construída em São Sebastião e também 
recém-recuperada. 
 
 
Ali 
podem ser vistas importantes peças da história sebastianense, uma vez que a 
capela abriga o Museu de Arte Sacra. Outra representante do início deste século 
é a Casa Dória, construída em 1906 no centro da cidade e que é um exemplo da 
transição entre a arquitetura colonial e a modernidade. Ali viveram membros de 
uma das mais tradicionais famílias locais, os Dória. 
 
Já a 
sede da Divisão de Patrimônio Histórico Cultural do município está no Sobrado da 
Praçada Matriz, do século passado e que sofreu recente processo de recuperação. 
Ali podem ser obtidas todas as informações sobre a memória arquitetônica e 
cultural de São Sebastião.Fora do Centro estão outros duas construções 
históricas. O convento de Nossa Senhora do Amparo é o prédio mais antigo 
existente no município, datando do século XVII. 
 
A 
Fazenda Santana, no Pontal da Cruz, teve sua sede primitiva construída no século 
XVIII, mas a que se vê hoje já é uma reconstrução, depois que a anterior foi 
demolida. O grande aqueduto que era mais uma engrenagem do grande engenho de 
cana que um dia foi a Fazenda Santana ainda pode ser visto e é um dos 
testemunhos dos tempos coloniais em São Sebastião. 
 
 
Datadas em sua maioria do início do 
século, as capelas caiçaras nas praias também merecem ser visitadas como 
representantes do patrimônio cultural sebastianense. 
 
Elas 
estão protegidas por lei e algumas como a de Barra do Sahy, Maresias, Toque 
Toque Grande e Pequeno ainda guardam muito da singeleza de suas construções 
originais. Os primeiros habitantes: Os Índios 
 
 
Antes 
da chegada dos portugueses, toda a costa brasileira era habitada por índios da 
raça Tupi, que haviam expulsado para o interior as tribos inimigas. Nesta região 
os índios denominavam-se Tupinambás, que viviam nas terras ao norte; e 
Tupiniquins, que viviam nas terras ao sul de São Sebastião. 
 
A 
praia de Boiçucanga era a divisa natural das terras das tribos, divisa 
respeitada por ambas as tribos, apesar de não existirem muros ou cercas, esses 
índios eram incapazes de guerrear por questão de limite. Praticavam a 
antropofagia ( comer o seu inimigo ). Devido ao seu espírito destemido, se 
entrassem em guerra a honra consistia em prender e matar muitos inimigos, dos 
quais herdavam o nome. Esses índios mantinham guerra constante porque   mais de 
um século antes os Tupiniquins haviam aprisionado um índio da tribo 
Tupinambá. 
 
Para 
se vingar da ofensa os Tupinambás aprisionaram e devoravam não se sabe quantos 
da tribo Tupiniquim, que, entendeu que devia vingar-se novamente.  Assim 
perdurou por muito tempo a luta entre as  tribos.As duas tribos eram compostas 
por índios que moravam em aldeias onde as ocas eram de madeira, cobertas de 
palha, sem nenhum repartimento. Dormiam em redes sendo em que cada oca, ficavam 
de 30 a 40 índios. Andavam nus, pintados e ornamentados. Na tribo Tupinambá, os 
homens usavam o lábio inferior perfurado por um anel com pedra verde ornando-se 
com dois molhos de penas. Os Tupiniquins não eram diferentes, usavam muita 
ornamentação. As ocas eram geralmente edificadas em grandes esplanadas nas 
vizinhanças de um rio, expostas aos ventos. 
 
Cercavam-nas às vezes, grandes 
paliçadas circulares, construídas com fortes troncos e resistentes achas de 
madeira. A paliçada servia como uma trincheira e, algumas tinham por fora um 
fosso cujo fundo era cheio de farpas agudas. Sobreviviam da caça e da pesca. Era 
na Mata Atlântica que encontravam alimentos necessários à sua sobrevivência: 
frutas, palmito, pequenos animais etc. Eram exímios canoeiros e pescadores. 
Muitas vezes se deslocavam para o interior viajando a pé pelas trilhas da Serra 
do Mar.As lutas entre as duas tribos se intensificaram depois da vinda dos 
portugueses. Estes necessitando de mão-de-obra, iniciam o bandeirismo de 
apresamento, que consistia em capturar índios e vende-lôs como escravos nos 
engenhos nordestinos. 
 
Os 
Tupiniquins se aliam aos portugueses para auxiliar na captura. Os índios 
Tupinambás, por serem vizinhos e inimigos dos Tupiniquins, são os que mais 
sofreram perseguição. A praia de Boiçucanga foi palco de inúmeras lutas entre as 
duas tribos. A partir de 1558 índios chefiados pela tribo Tupinambá, aliados a 
outras tribos, formam a Confederação dos Tamoios a fim de combater a escravidão 
a que estavam submetidos. Os Tupiniquins fogem perseguidos pelos Tupinambás. 
Estes também se afastaram seguindo os franceses rumo ao Maranhão. Atualmente 
existem agrupamentos indígenas em Boracéia e Barra do Una. 
 
São 
índios da tribo Guarani que viviam no interior do Brasil e vieram para o litoral 
bem mais tarde. ÍNDIOS GUARANIS A reserva Indígena do Rio 
Silveiras, de São Sebastião, tem seu principal núcleo localizado em Boracéia. As 
terras da reserva estendem-se também pelo município de Bertioga. São 40 famílias 
divididas em três núcleos e a reserva já conta hoje até com uma escolinha, 
construída pela Prefeitura de Bertioga, e mais uma melhoria, impantada pela 
Prefeitura de São Sebastião: sistemas de distribuição de água e fossas para o 
tratamento do esgoto. Os índios guaranis, cuja tradição de migração constante de 
aldeia em aldeia é forte, têm procurado meios de se fixar com atividades 
alternativas à coleta de palmito juçara - ameaçado de extinção - e à venda de 
artesanato. 
 
Projetos em conjunto entre a Funai, 
a Secretaria de Estado da Agricultura e ONGs como a entidade sebastianense 
Guaricanga, estão trabalhando junto com os membros da aldeia. Alguns deles já 
cultivam a própria terra, outros estão sendo iniciados no cultivo de peixe e de 
pupunha, um palmito ecológico e renovável. Mas a atividade que mais tem dado 
certo é o cultivo de flores ornamentais originárias da Mata Atlântica. Os índios 
cuidam de um viveiro formado principalmente por helicônias - exótica flor 
vermelha - de onde tiram mudas que são vendidas, e coletam flores que têm 
enfeitado hotéis e pousadas da região. A intenção é integrar o pessoal da Aldeia 
na vida do município de modo a manter sua dignidade e sua cultura, procurando 
romper com o ciclo de assistencialismo ao qual hitóricamente estiveram 
submetidos. 
 
 
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